Procissão das Almas


Lá pela século XIX havia uma pequena cidade no interior de Minas Gerias, de nome Santa Maria. Nessa cidade existia a crença de que, uma vez por ano, as almas dos mortos saíam de suas tumbas e caminhavam em procissão pelas ruas da cidade. Cada espírito seguia com uma vela na mão, percorrendo toda a cidade dando a bênção e depois retornando a tumba. Em respeito as almas daqueles que já se foram, nesse dia, os habitantes da cidade ficavam em casa, com portas e janelas fechadas até que a procissão terminasse.

Um dia, durante a noite da procissão, uma garotinha decidiu abrir as janelas de seu quarto para espiar. Ao abri-las ela ficou maravilhada, nas ruas, imagens transparentes e luminosas se moviam suavemente carregando cada uma, velas, olhando fixamente para frente, sem parar, desviar, ou se distrair. Então a menina, toda alegre, saltou a janela e fora seguindo de longe as imagens que via. Após o fim da procissão os espíritos retornavam a seus respectivos pontos de descanso final, indo de volta ao cemitério. A garota , empolgada, os seguiu e se escondeu num arbusto, observando um a um entrando e desaparecendo no seu túmulo. No entanto o ultimo espírito da fila, antes de entrar, virou-se e avistou a menina. Então calmamente, a alma se dirigiu a ela. A menina percebendo que havia sido descoberta, por alguma razão não ficou com medo, apenas permaneceu no lugar.

Aquela alma, então, se aproximou lhe disse: "Um presente pela sua coragem" , estendendo-lhe a vela que carregava. A menina pegou a vela, agradeceu e se despediu da alma que retornou se curso para o cemitério. Retornando para casa pelas silenciosas e completamente desertas ruas de sua cidade, ela tomou um grande susto ao perceber que a vela havia se transformado em um fémur. Correu para casa e contou tudo a seus pais. Eles assustados disseram para ela retornar ao cemitério, e enterrar o osso, já que não iam manter restos mortais em casa. Assim ela voltou para lá.

A menina nunca mais foi vista. Suas pegadas podiam até ser encontradas na entrada do cemitério, mas lá ela não estava. Reza a lenda que nos dias de prossição, ela pode ser vista, indo atrás de todo o grupo com sua vela.

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