A Verdadeira Emily Rose




Um dos filmes de terror mais conhecidos atualmente, o exorcismo de Emily Rose de Scott Derrickson (2005), foi de fato baseado em uma história verídica.  Talvez tenha sido isso que trouxe tanta credibilidade e assombro a história. No filme Emily Rose é uma mulher que é possuída por demônios e passa a ter assustadoras visões. Além de seu comportamento se tornar extremamente agressiva com os demais, a jovem passa a ter aversão a objetos religiosos e a praticar atos de automutilação. Após o tratamento psiquiátrico a qual ela foi submetida falhar, Emily inicia intensas sessões de exorcismo que terminam com sua morte.

O filme foi baseado na história da jovem alemã Annelise Michel. Nascida em 21 de setembro de 1952 no recanto católico de Baviera na Alemanha, Annelise era uma jovem muito alegre e sorridente e teve uma vida muito boa até seus 16 anos (1968), quando os primeiros sintomas de possesão começaram a aparecer: Annelise começava a ver faces demoníacas enquanto rezava e era perseguida por vozes que afirmavam que para ela não existia salvação, ela queimaria no inferno, além de começar a ter averssão por objetos e locais religiosos.

A família de Annelise procurou ajuda médica e a jovem foi submetida a intenso um tratamento psiquiátrico de 1 ano que supostamente teria curado a jovem. Ela pensou que finalmente podia retomar sua vida. No entanto a paz durou pouco e as visões e vozes retornaram mais intensas ainda.

No período que se seguiu o comportamento da jovem foi piorando cada vez mais: ela se tornara altamente agressiva, humilhando, batendo e até mordendo membros da família. Destruía crucifixos e imagens de Jesus, gritava todas as noites por um longo período de tempo, não comia mais, pois afirmava que os espíritos não a permitiam. Passou a se alimentar de aranhas, moscas e carvão, chegava a beber a própria urina, sem mencionar que andava nua pela casa e fazia suas necessidades onde fosse mais conveniente.

A família desesperada recorreu a ajuda religiosa. Nas investigações dos padres, descobriu-se que haviam indícios de possessão em Annelise por pelo menos 6 demônios. Nos anos que se seguiram diversos padres ao analisar o caso da jovem, requisitaram imediatamente o exorcismo, que no entanto foi negado. Em 1974 o padre Ernest Alt averigou os indícios de possessão demoníaca e fez novamente o pedido do exorcismo que só foi aprovado em setembro de 1975 pelo bispo Wüzburg.

Annelise também relatou um sonho com a virgem Maria no qual esta aparecia a ela lhe dizendo que ela tinha que fazer esse sacrifício por deus e pela humanidade, pois era preciso alertar a humanidade sobre os perigos dos demônios. Para salvar a humanidade, que havia se esquecido de deus, ela precisava fazer esse sacrifício, assim como Jesus. A virgem também lhe disse que tudo logo acabaria.. As seções de exorcismo foram duras, chegando até 2 por semana. Em algumas, Annelise precisava ser segurada por 3 homens e em outras até ser acorrentada para não machucar ninguém.

Como previu a Virgem Maria, em 1 de setembro de 1976, a meia noite, os demônios abandonaram o corpo de Annelise, deixando-a livre do imenso tormento que ela teve durante todos aqueles anos. Em sequência adormeceu e teve uma morte tranquila. Ela morreu com apenas 30 quilos, sem falar das diversas sequelas deixadas em seu corpo.

Fruto disso, os dois padres responsáveis pelo exorcismo, mais os pais da garota, foram indiciados por omissão de socorro e homicídio culposo, sendo que os dois primeiros pegaram 6 meses de prisão. O seu sacrifício, no entanto, não foi em vão. Sua morte gerou uma profunda discussão na Europa sobre o caso, discussão que permanece ativa até os dias atuais. O caso de Annelise Michel foi e continua sendo um dos mais bem documentados casos de possessão demoníaca já registrados.

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